Novena do padroeiro, um evento a ser registrado, pois nosso ano litúrgico fica enriquecido pela espiritualidade propiciada nas celebrações, que trazem, a cada ano, uma conexão entre a vida franciscana com a pedagogia da Igreja contemporânea. Esse ano, a proposta foi celebrar São Francisco refletindo sobre a ‘Amizade Social”, tema ricamente tratado na carta encíclica do Papa Francisco, “Fratelli Tutti”. A abertura da novena foi no dia 25/09 e teve como presidente da celebração Frei Rivaldo Vieira, que nos inspirou a refletir como anda a amizade dentro das famílias, um tema tão caro à Igreja e tão conturbado na vida social. Frei Rivaldo salientou a importância de se cultivar os laços de fraternidade e solidariedade entre os membros da família, valores que nos permitem viver com mais amor. A família deve ser dimensão de fé, para que todos sejam fortalecidos. Também o perdão deve ser elemento fundamental para ampliar as relações dentro das famílias. A busca, a escuta, o anúncio da Palavra, a disposição de estar à disposição do evangelho, são alicerces que fortalecem a família cristã.
No 2º dia, Frei João José dos Santos, refletiu sobre São Francisco e a amizade com os enfermos. A Igreja nos convoca a sermos cada dia mais, cristãos acolhedores, como São Francisco foi. Um olhar amoroso diante dos sofredores, dos enfermos, como fez São Francisco, que aprendeu a amar e conviver com os leprosos de sua época. Devemos desejar ver Jesus, e ver Jesus, implica ver os sofredores ao nosso redor, como irmãos e irmãs. Na realidade da dor dos irmãos, Cristo se faz presente.
O 3º dia trouxe como tema São Francisco e a amizade com a Igreja, e foi presidido pelo Monsenhor Dantas. Amizade é o amor presente nas relações é uma forma exigente de amar. São Francisco amou a Igreja, começando com o cuidado de restauração das igrejas abandonadas, e incentivava a que delas cuidassem. Depois a Igreja das pessoas, suas diversas funções, nelas, Francisco via Jesus presente. Dizia, “o Senhor me deu tal fé nas igrejas” … dom de Deus, amor e amizade, fé, uma amizade com os lugares de celebração da eucaristia e com os sacerdotes, nos quais também via o filho de Deus, Jesus. São Francisco renovava a Igreja pelo caminho da Santidade, sem ruídos, encantando para o amor e o serviço. A Igreja precisa de santos, que é o jeito de Francisco de renovar a Igreja.
Pe. Othon Etienne, foi o pregador no 4º dia da novena, que teve como tema São Francisco e a amizade com a criação. Ele refletiu sobre a relação dos cristãos católicos com os de outras denominações cristãs e até com os não cristãos e instigou-nos a sermos amorosos e respeitosos com todos, esforçando-nos em viver as exigências da fé. O Papa nos convida a sermos Igreja Sinodal, missionária, samaritana, e conta com a colaboração de todos nós. São Francisco é modelo a ser imitado pelo cuidado que sempre teve com toda a Criação, louvando-a. O cuidado com a criação é o cuidado do samaritano. Somos convidados a construir essa fraternidade universal.
No 5º dia da novena, liturgia Dominical, Frei Américo Vazatta, presidiu a celebração e refletiu sobre São Francisco e a amizade com as diversidades culturais
. Na própria liturgia do dia, um convite à participação na criação, para o que é necessário, o acolhimento e o apoio mútuo, em comunidade, o que nem sempre parece possível. Precisamos deixar que o outro também possa fazer o bem, ouvindo e deixando o outro agir, sinodalmente. Deus não é monopólio de ninguém, somos todos seus instrumentos, contamos com seu Santo Espírito, que sopra onde quer. São Francisco ensinou que devemos começar fazendo as coisas fáceis e irmos crescendo até estar fazendo o que parece impossível. Precisamos arrancar o mal que está nos nossos corações e rezar como São Francisco rezou “Senhor, fazei-me instrumento de sua Paz”…. e, assim, como São Francisco esteve apto a enfrentar e convencer o sultão, também nós estarmos preparados para enfrentar as dificuldades e intolerâncias do mundo, agindo para que a graça de Deus possa crescer no firmamento.
6º dia da novena, Frei João Batista Ferreira, que é frade franciscano foi o pregador, da noite, trazendo sua experiência como frade, no dia do tema “São Francisco e a amizade com os frades”. Os frades são religiosos, que não são sacerdotes, que vivem um carisma, no caso do frei João, franciscano. Vivem em amizade, fraternidade, como irmãos, ajudando uns aos outros; prestam serviços comunitários e educacionais, na formação de seminaristas. São Francisco iniciou sua trajetória com alguns poucos amigos ao seu redor; aos poucos, sua experiência e postura diante da vida foi atraindo muitos jovens, que se dispuseram a seguir com ele, dando início à grande fraternidade franciscana.
Os três últimos dias da novena, Tríduo, trouxeram os temas: 7º – São Francisco e a amizade com os pobres; 8º – São Francisco e a amizade com os fiéis, e, 9º – São Francisco e a amizade com o clero. O Tríduo contou com a presidência e pregação do provincial, Frei Evandro Aparecido de Souza, que nos trouxe no 7º dia, palavras de estímulo ao cuidado com os pobres de nossa comunidade, através de nossa ação social, pois também eles são expressão do Cristo; mas desafiou-nos a realmente cultivar a amizade com os pobres, a conhecer, conhecer pelo nome, pois a quem se conhece e ama, não se ignora. Aproximar-se e conhecer, criando laços. No 8ª dia, dia dos santos anjos da guarda, a liturgia convidava a sermos pequenos como crianças. A criança que confia, que necessita do Pai… assim, confiantes na segurança do amor de Deus, somos chamados a sermos menores, como fez São Francisco. A amizade leva tempo, conhecimento, aprofundamento. Entre os fiéis, a amizade se dá pelo cativar, pelo conhecer. São Francisco nos chama a sermos amigos de Jesus, a gastarmos tempo com ele, com seu Reino. Da criança ao ancião, todos podemos viver o carisma franciscano, diz São Francisco na carta aos fiéis. No 9ª dia da novena, o evangelho do dia trouxe a mensagem do envio dos discípulos em missão, o qual motivou o estilo de vida de São Francisco, que descobriu que para manter sua vida de fé, precisava contar com os sacerdotes. E passou a cultivar imensa fé e amizade com os sacerdotes de seu tempo e determinou que seus fraternos respeitassem e venerassem a pessoa dos sacerdotes, considerando-os mais que os anjos, por mais mísero que fossem, pois, por suas mãos, alcançava-se o Corpo e Sangue de Cristo.
Quanta inspiração nos traz o carisma Franciscano! Quanta motivação para a condução dos nossos trabalhos pastorais. Equipes de canto, de liturgia, acolhida, comunicação, ministros, coroinhas, diáconos, freis, padres. Quanta dedicação e riqueza naqueles dias! Que os aprendizados qualifiquem nossa caminhada e fortaleçam nossa fé como cristãos, como comunidade. Paz e Bem!
Rita Mércia Silvestre Maia Antoniassi – PASCOM
