Estamos vivendo, neste ano, o Jubileu de Nosso Senhor Jesus Cristo, ou seja, 2025 anos do seu nascimento.
O Papa Francisco, através do Decreto “A Esperança não decepciona” (Rm 5,5), declarou 2025 “Ano Jubilar”, com o tema: “Peregrinos de Esperança”.
A tradição do Ano Jubilar vem desde o Antigo Testamento. O livro dos Levíticos, no capítulo 25, fala do propósito do ano jubilar, que deveria ocorrer a cada 50 anos. Neste ano a terra poderia descansar (sem nenhuma plantação) e quem tivesse comprado terra deveria devolvê-la aos seus antigos proprietários, “porque a terra é minha e vós viveis nela como meus agregados, diz o Senhor” (Lv 25, 23); os cativos seriam libertos, as dívidas perdoadas e se celebraria um ano da Graça do Senhor.
Jesus, no início da sua pregação pública, entrou na modesta sinagoga de Nazaré e, no momento do culto, levantou-se para proclamar a leitura do livro do profeta Isaías 61,1-2, que dizia: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu e me enviou para proclamar o Evangelho aos pobres, anunciar a libertação aos presos e a visão aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos e para pregar um ano da Graça do Senhor”. E concluiu: “Hoje se cumpriu esta profecia que vós acabastes de ouvir” (Lc 4,18-19).
Com isso, Jesus inaugurou um novo Jubileu, muito mais abrangente do que aquele da antiga lei: é o Jubileu da salvação do ser humano de tudo aquilo que o escraviza, tanto no sentido material como espiritual; é a salvação de toda a criação.
O Papa Francisco, ao decretar 2025 como “Ano Jubilar”, lembra que o primeiro Jubileu da igreja foi instituído pelo Papa Bonifácio VIII, no ano de 1300. Mas, antes disso, o Papa Celestino V já havia estabelecido o ano de 1294 como o tempo do “Grande Perdão”. E antes ainda, em 1216, o Papa Honório III, acolhendo o pedido de São Francisco de Assis, estabeleceu a Porciúncula (em Assis, na Itália), como o lugar das indulgências nos dois primeiros dias de agosto de cada ano.
Atualmente a igreja celebra o Jubileu ordinário a cada 25 anos. Mas pode celebrar também jubileus extraordinários, como ocorreu em 2015, com o “Jubileu da Misericórdia”.
Com o tema: “Peregrinos de Esperança” do atual Ano Jubilar, o Papa Francisco recorda que somos chamados a ser sinais de esperança nas mais diversas realidades do mundo. Ele lembra a triste situação dos que vivem a tragédia das guerras, os presos, os migrantes, os que vivem na solidão e no abandono, os idosos, os jovens e os pobres; e faz um apelo aos países mais ricos para que perdoem as dívidas dos países mais pobres e que promovam a paz e a justiça social.
Que possamos viver este Ano Jubilar com muita espiritualidade, prática da caridade, vivência dos Sacramentos, das indulgências, realizar as peregrinações e viver uma fé cada vez mais comprometida com a realidade social, ecológica, eclesial, comunitária e familiar. E que o Deus da Esperança nos faça cada vez mais “Peregrinos de Esperança”.
Frei Pedro Cesário Palma _ OFMCap _ Pároco