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Maio 2024 – O TEMPO PASCAL

Maio 2024 – O TEMPO PASCAL

Dizem os Evangelhos que a morte de Jesus trouxe uma desolação muito grande para seus discípulos e discípulas. Eles ficaram desanimados, perdidos e se dispersaram (Mc 14,27). Com a fé abalada, eles nem acreditaram na notícia esperançosa das mulheres (Lc 24,9-11). Ficaram como que cegos e não percebiam a presença de Jesus no meio deles (Lc 24,20-22). Eles ficaram mais mortos do que o próprio Jesus!
A experiência da Ressurreição devolveu a eles a fé, a esperança e a coragem. Aqueles homens, antes medrosos, agora começam a anunciar o Senhor Ressuscitado à multidão (At 2,14-24). Eles foram capazes de dizer aos responsáveis pela morte de Cristo: “É preciso obedecer antes a Deus que aos homens” (At 5,29). Eles mesmos ressuscitaram com Cristo e começaram a ver tudo com outra visão!
A Páscoa não terminou. Desde o dia da Ressurreição do Senhor (31 de março) até Pentecostes (19 de maio) estamos vivendo o Tempo Pascal. A Igreja celebra esses cinquenta dias pascais porque um só dia é muito pouco para celebrar a beleza e a grandeza da ressurreição. Portanto, esse “dia pascal” se alarga, primeiramente, para a Oitava Pascal e o Tempo Pascal; depois, estende-se para todo o Ano Litúrgico; deve, ainda, abranger toda a nossa vida sobre a terra; por fim, alargar-se-á para a eternidade, quando celebraremos, com toda a Igreja e toda a humanidade, a vitória de Jesus sobre o mal.
O Tempo Pascal de cinquenta dias foi o período em que os discípulos e discípulas experimentaram fortemente a presença do Senhor ressuscitado no meio deles. Nesse tempo, é preciso prestar atenção na fé de Pedro, de João, do Discípulo amado, em Maria Madalena, nas outras Mulheres, na figura de Tomé, nos Discípulos de Emaús e outros. São eles(as) as testemunhas oculares, aqueles que viram o Senhor. Hoje nós damos graças pelo testemunho deles(as).
Este mesmo Senhor se manifesta em nossa vida pessoal, familiar e comunitária; ele se revela em nosso apostolado, em nossa prática da caridade, em nossa espiritualidade; ele se apresenta a nós na Palavra, na Eucaristia e na vida das pessoas. Com certeza, tudo isso nós refletimos e rezamos. Mas é bom nos perguntarmos: fazemos esta experiência em nossa vida? Sentimos o Senhor que caminha conosco e que, nos momentos difíceis, nos diz: “não tenhas medo” (Ap 1,17)? Percebemos a força dele nos momentos de dúvida, de medo ou de tristeza?
Sabemos que esta “experiência” da presença do Senhor não depende só de nós, ou do nosso esforço pessoal, mas, principalmente, da graça de Deus. Então é preciso pedir esta graça e adotar uma atitude contemplativa para não deixar que o Ressuscitado passe pela nossa vida sem que o percebamos.

Frei Pedro Cesário Palma – Pároco

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