A história da presença dos Freis Capuchinhos aqui em Umuarama, tem início com a chegada dos primeiros Freis em Cruzeiro do Oeste, no ano de 1954, quando assumiram aquela Comunidade, que até então estava aos cuidados da Paróquia de Peabirú, que herdou à Prelazia de Peabirú Foz do Iguaçu. Em 1949, foi celebrada a primeira missa em Cruzeiro do Oeste, dando origem a todo o trabalho evangelizador nesta região. Em 1954, foi fundada a paróquia de Cruzeiro do Oeste. Posteriormente foi criada a Diocese de Campo Mourão, (…) que substituiu o pastoreio da região. O primeiro bispo, Dom Eliseu Mendes Simões, confirmou a presença dos Freis Capuchinhos naquela paróquia, em 1954.
Cruzeiro do Oeste, foi na verdade, o grande centro de irradiação da Ação Evangelizadora de toda esta região. Os Freis Capuchinhos passaram a atender toda a região que hoje compreende a maior parte da Diocese de Umuarama.
O texto a seguir, entre aspas, é cópia fiel do Livro Tombo no. 1, página 1, da Paróquia São Francisco de Assis, então, Diocese de Campo Mourão.
“Em 1955, a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, construiu a atual capela que foi inaugurada por Frei Estevão, o que rezou a primeira santa missa no dia 15 de Agosto. As despesas quer da capela, como da casa paroquial foram pagas por meio de festas organizadas por Frei Estevão Maria de Campo Magro, o qual deu início ao movimento religioso fundando a Congregação Mariana. Desenvolveram intenso apostolado depois de Frei Estevão, Frei Honorato; Frei Germano; Frei Norberto; Frei Eugênio e Frei Anacleto. Neste ínterim, foram fundadas: a Pia União das Filhas de Maria; o Apostolado da Oração; e a Cruzada Eucarística Infantil.
As santas missões pregadas pelos Padres Capuchinhos: Vital; Lucas e Gerônimo, em 1955 e pelos padres Fidelis Francisco e Vitório em 1959, despertaram grande movimento religioso.
Houve visita pastoral e santa crisma, administrada por Dom Manoel Koennës, SVD, DD. Prelado de Laranjeiras do Sul. Em fevereiro de 1959, veio com sagrada visita, Dom Inácio Krause, DD. Administrador Apostólico de Laranjeiras do Sul.
O lugar foi se desenvolvendo rapidamente. Aumentaram as necessidades de tal modo que Dom Eliseu Mendes Simões, primeiro Bispo Diocesano da recém-criada Diocese de Campo de Mourão, houve por bem criar a Paróquia de Umuarama, entregando-a aos Padres Capuchinhos, aos quais deu por aceito, licença de construir uma Domus Ordinis.
O ato oficial de Ereção da nova Paróquia de Umuarama, destacada da antiga Paróquia de Cruzeiro do Oeste, se realizou no dia 21 de janeiro de 1961, às 14h30.
Neste dia, Sua Excia. Ó Rvmo. Bispo, chegou em Umuarama de Avião. Recebido pelo povo e pelas Irmandades, mandou ler o Decreto que marcava os limites da nova Paróquia. Estavam presentes: O Vigário de Cruzeiro do Oeste, Frei Gaspar; o coadjutor Frei Anacleto; Pe. José Stefanello, de Iporã; Pe. Marcos; duas Irmãs Paulinas e duas Irmãs Filhas do Imaculado Coração de Maria, que aceitaram abrir um Colégio em Umuarama, nos meados de março próximo.
Depois da palavra ardente de Sua Excia. Rvma. Dom Eliseu, que apresentou as felicitações à cidade de Umuarama e convidava o povo todo a cooperar nas obras paroquiais, em modo particular para a construção do Santuário de São Francisco de Assis, foi cantado o Te Deum Laudamos.
O Sr. Bispo, teve uma palavra de agradecimento à Companhia Melhoramentos e um sentido louvor para os destemidos desbravadores Padres Capuchinhos, que souberam acompanhar o progresso material, com o progresso espiritual. Frei Gaspar foi nomeado Vigário Interino, até à chegada do primeiro Vigário, na pessoa de Frei Cassiano de Colombo, Capuchinho”. (Livro Tombo nº 1, pág 1)
No Livro Tombo da Paróquia de Cruzeiro do Oeste, na página 21, encontramos o seguinte: “ bem lindo e consolador foi o número das comunhões nas capelas: Lovat, 250 comunhões; Umuarama, 170 ; Iporã, 390; Cafezal, 80; Fugivara, 155; Xambrê, 49 primeiras comunicações e mais 135; Icaraíma, 120; Porto Camargo, 5; Maria Helena 480; Mariluz, 120; Santa Cruz, 170; Cafeeiras, 25”. Estes dados referem-se a uma Visita Pastoral do Sr. Bispo Dom Manoel Koenner, bispo prelado de Laranjeiras do Sul, entre os dias 28 de julho a 17 de agosto de 1956. Nota-se aí, que Umuarama era uma pequena capela, pois o número de comunhões foi de apenas 170, enquanto Iporã foi de 390.
Ao finalizar esta Visita Pastoral, o Sr. Bispo Dom Manoel Koenner, redige uma Carta ao Vigário Provincial, onde em certa parte, insiste na necessidade de enviar mais um Frei para a Paróquia de Cruzeiro do Oeste, mas que fica 3 semanas em Umuarama e uma em Cruzeiro: “… peço mais um Capuchinho para Umuarama 46 kms. Distante centro venturoso de umas 15.000 almas… não se trata portanto de nova freguesia propriamente dita, mas de nova residência na mesma. Sendo possível outro Padre nas mesmas condições em Iporã, 103 kms. Distante; centro de outras 15.000 almas, estendendo-se até o “rio Piquiri” perto de Guaíra. Para dar mais serviço ao sr. Capelão que reside em Cruzeiro, exija a esta freguesia, Tuneiras e Tapejara, mais perto de Cruzeiro do que de Araruna, entregues ao SVD.”
No mesmo Livro Tombo da Paróquia de Cruzeiro do Oeste, na página 25, lemos: “…no dia 06 de outubro de 1957, houve grande festa na vizinha cidade de Umuarama, em honra a São Francisco de Assis, que é o padroeiro do lugar. Uma nota de destaque foi a grande concentração de Mariana em desfile pela cidade. Apresentaram-se mais de 300 Congregados, vindos de todas as cidades vizinhas”.
Na página 26, do mesmo livro, lemos: Dia 08 de dezembro de 1957, festa da Imaculada Conceição. Cruzeiro do Oeste se engalanou para receber a visita de todos os Congregados Marianos das diversas capelas, realizando assim a primeira grande concentração Mariana Paroquial. Resumidamente fica aqui o programa do dia: Pela manhã às 07:30hs houve a Santa Missa com a comunhão geral de todas as associações e demais fidelidade. Às 10h chegada dos Marianos de Cafeeiras, Lovat, Umuarama , São Silvestre, Tapejara e Tuneiras.
Novamente aparece Umuarama como uma capela a mais, que pertence à Paróquia de Cruzeiro do Oeste.
No dia 16 de dezembro de 1957, Frei Estevão, foi transferido para Maringá. Ele, que havia comemorado a primeira Missa em Umuarama, no ano de 1955.(Tombo de Cruzeiro, pág. 27)
No dia 02 de janeiro de 1959, chegou Frei Germano Barizon, escalado para trabalhar no setor de Umuarama. (Tombo de Cruzeiro, pág. 33b)
Em carta datada de 08 de março de 1959, Dom Inácio Krause, CM, Administrador Apostólico da Prelazia de Foz do Iguaçu, relata: “… começamos a visita pastoral desta paróquia de Cruzeiro do Oeste, no dia 14 de fevereiro. Visitamos a Matriz e as seguintes capelas: Tuneiras, Tapejara, Lovat, Alto Piquiri, Saltinho, Umuarama , Icaraima, Serra dos Dourados, Xambrê, Pérola, Maria Helena, São Silvestre, Mariluz, Tapinacui, Cafeeiras, Bairro NS Aparecida e Água dos Andrades ”. (Tombo de Cruzeiro, pág. 35)
Percebe-se neste relato a enorme extensão da Paróquia de Cruzeiro do Oeste, neste ano de 1959.
Em 1959, ocorreu a Semana Santa completa na Matriz de Cruzeiro do Oeste e em Umuarama. “… o movimento e o fervor do povo e das irmandades tendem a aumentar em todos os lugares…” (Tombo de Cruzeiro, pág. 35,b)
Nos meses de junho a outubro de 1959, Frei Germano opcional para a Itália: “…durante a sua ausência ficamos em dois Padres só, e o apuro foi grande, cansado pelo aumento da população…” (Tombo de Cruzeiro, pág. 37).
Nota-se aqui um dado importante: o aumento da população na região.
No fim de novembro e no começo de dezembro de 1959, foram realizadas as Santas Missões em Umuarama, 3 Padres, em Icaraíma 3 Padres e na Matriz 6 Padres. (Tombo de Cruzeiro, pág. 37). Em Umuarama, somente 3 Padres, o mesmo número que Icaraíma. Nota-se que ainda a cidade está em fase de crescimento e isto reflete-se na atividade religiosa e na evangelização.
“Umuarama toma o vulto duma grande cidade. Frei Eugênio compra o Jeep e Frei Anacleto compra o motor (luz) e aumenta a casa paroquial”. (Tombo de Cruzeiro, pág. 39).
No mesmo relatório, aparece uma nota sobre um falso padre, que andou por Umuarama e região. Um tal padre Marcos.
(Livro Tombo n.º 1, pág. 2)
No dia 16 de janeiro de 1961, foi lavrado o Decreto de Criação da Paróquia de Umuarama. Neste Decreto, encontramos registrados os limites geográficos da nova Paróquia, que constam dos seguintes dados: …”A oeste limita-se pelo rio Paraná, começando no Porto Byington e margeia o rio Paraná acima até alcançar o rio Ivaí. Este forma o limite norte da Paróquia, até o Porto Castelo. Daí parte pela estrada incluindo Ivaté, no sentido sul até encontrar a encruzilhada Três Placas. Continuamos ladeando o riacho Água Fria, até a estrada Jaboticabal. Deixando esta, desce em linha reta rumo ao sul, pelas glebas 12 e 14, até o rio Goio-Erê, assim perfazendo o limite leste. Continua descendo pelo rio Goio-Erê, até sua embocadura com o rio Piquiri. Continua o roteiro pelo rio Piquiri abaixo até dar com a linha seca Jangada; encontrando o extremo desta, quebrando ainda até o marco 45, desce pelo rio Xambrê, ao sul das glebas 2 e 9, continua em linha reta até o rio Iporã, excluindo o patrimônio São João, fechando o circuito perimetral com limite sul, que termina no porto Byington, onde partimos”. Pe. Valdécio redigiu isso. (Livro Tombo nº 1, pág 2)
Observando dados de hoje, diríamos que a Paróquia Matriz São Francisco de Assis, no ato de sua Criação, em 1961, abrangia os atuais municípios e paróquias e comunidades: Altonia; São Jorge do Patrocínio; Esperança Nova; Alto Paraíso; Icaraíma; Ivaté; Santa Elisa; Xambrê; Pérola; Alto Piquiri; Perobal; Serra dos Dourados; Carbonera; Douradina; e a cidade de Umuarama, que conta hoje com oito paróquias. No total são 20 paróquias localizadas na mesma abrangência geográfica.
Na época de sua Criação, a região comportava …….. habitantes. Foi uma época de descobertas e abertura de estradas e loteamentos. Foi lançado o desafio do Café, como cultura e motor do desenvolvimento regional. Na região, a cidade de Cruzeiro do Oeste, despontava como o “Eldorado” do norte. A Companhia de Melhoramentos, estava com os traçados definidos para toda a região, organizando e vendendo terras num ritmo acelerado. O processo de Evangelização da região ficou ao encargo dos Freis Franciscanos Capuchinhos da então Custódia (hoje Província) do Paraná e Santa Catarina, com sede em Curitiba, aos quais foi confiado o atendimento religioso da Paróquia Nossa Senhora de Fátima de Cruzeiro do Oeste, que havia sido criada pouco tempo antes, em maio de 1954, já contava com a presença dos Freis Capuchinhos. Sendo que a Paróquia de Cruzeiro do Oeste, atende ao seu território atual e também toda a área de desmembramento que daria origem à Paróquia Matriz São Francisco de Assis de Umuarama. Importante observar a rapidez entre a criação da Paróquia de Cruzeiro do Oeste e Umuarama, nem sete anos.
A turma do primeiro Pároco ocorreu no dia 19 de fevereiro de 1961, às 10h00. Foi nomeado por provisão canônica do Bispo de Campo Mourão, Dom Eliseu Mendes Simões, o Frei Cassiano Maria de Colombo, OFMCap, mais conhecido como Frei Orlando Busatto.
No dia 22 de março de 1961, chegaram de Porto Alegre, 4 Irmãs da Congregação do Imaculado Coração de Maria. No dia 10 de abril, tiveram início as aulas no Educandário São José, com 300 crianças matriculadas. Em novembro teve início a construção do prédio para o Colégio São José, e em abril de 1962, o prédio já estava concluído com capacidade para 1.000 alunos externos e 100 internos. Observe-se também neste caso, como tudo aconteceu com muita rapidez, dando assim uma clara demonstração de como tudo se desenvolveu com enorme velocidade.
08 de junho, em Perobal, foram feitos 604 crismas.
09 de junho, em Xambê, foram feitos 406 crismas.
11,12 e 13 de junho, em Umuarama, foram feitos 1.260 crismas.
14 e 15 de junho, em Icaraíma, foram realizados 393 crismas.
16 de junho, em Alto Piquiri, foram feitos 511 crismas.
01 de setembro, na Serra dos Dourados, foram feitas 331 crismas.
02 de setembro, em Douradina, foram feitas 226 crismas.
03 de setembro, em Umuarama, foram feitas 317 crismas.
04 de setembro, em Pérola do Oeste, foram feitas 557 crismas.
Totalizando assim, 4.615 crismas. Todas foram administradas pelo Bispo Diocesano de Campo Mourão, Dom Eliseu Mendes Simões.(Livro Tombo no. 1, pág 3).
Aqui se percebe que na época não havia nenhuma preocupação atual quanto à preparação para o Crisma. Porém, é evidente a explosão demográfica presente na região.