No dia 04 de outubro celebramos São Francisco de Assis, padroeiro de nossa Paróquia e de nossa cidade de Umuarama.
São Francisco foi um homem apaixonado pela vida, o irmão de toda criatura, o menor entre os menores, o cantor da alegria e da paz, o cuidador dos leprosos, dos pobres e de toda a criação. Ele foi o homem orante e transformado na própria oração, como disse o seu biógrafo Tomás de Celano (2Cel, 95). Foi o santo da escuta da Palavra de Deus, da vivência do Evangelho, da simplicidade, da humildade e do amor a Deus, ao ser humano e a todas as criaturas.
O Papa Francisco, em sua encíclica “Laudato Sí”, assim diz: “São Francisco é o exemplo por excelência do cuidado pelo que é frágil e por uma ecologia integral, vivida com alegria e autenticidade. É o santo padroeiro de todos os que estudam e trabalham no campo da ecologia; amado também por muitos que não são cristãos. Ele manifestou uma atenção particular pela criação de Deus e pelos mais pobres e abandonados. Amava e era amado pela sua alegria, a sua dedicação generosa, o seu coração universal. Era um místico e um peregrino que vivia com simplicidade e numa maravilhosa harmonia com Deus, com os outros, com a natureza e consigo mesmo” (L. S, 10).
A conversão de Francisco se deu por etapas: O primeiro momento foi quando ele contraiu uma doença grave e ficou, praticamente, em estado de coma por vários dias. Quando voltou à vida, a forma de viver de antes já não lhe atraía tanto. A doença lhe revelara os limites e a brevidade das coisas desta terra.
O segundo momento foi quando ele, saindo um dia a cavalo, viu um leproso com as mãos estendidas para ele. O leproso lá embaixo, ao solo e Francisco, cheio de vida, em cima, no alto do cavalo. Duas posições sociais, duas distâncias máximas. Francisco teve vontade de esporear o cavalo e fugir, mas se conteve. E fez mais: desceu do cavalo, nivelou-se ao leproso, beijo-o e colocou em sua mão todo o dinheiro que dispunha.
Num terceiro momento, nós encontramos Francisco buscando o sentido de sua vida na oração. Num desses momentos de oração, ele estava na Igrejinha de São Damião, contemplando a imagem de um crucifixo. E sentiu que o crucifixo falou com ele: “Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja”. Ele olhou para os lados, para cima e para trás e viu que, de fato, a Igrejinha estava em péssimas condições. Arregaçou as mangas, fez-se construtor, pedreiro e reconstruiu aquela Igreja. Depois reconstruiu outras Igrejas também. Ele não havia entendido ainda que a Igreja a ser reconstruída não era de pedra e madeira, mas feita de gente; era a Igreja instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Um quarto momento da conversão de Francisco foi quando ele ouviu, numa missa, o Evangelho da missão, em que Jesus dizia que “o discípulo não deve levar duas túnicas, nem ouro, nem prata, nem dinheiro na cintura…” (Mt 10,7-15). Então ele entendeu qual era a verdadeira Igreja que ele estava sendo convidado a reconstruir. E exclamou: “É isso que eu quero, é isso que eu busco de todo coração!” A partir daí, tornou-se definitivamente o missionário de Deus, pregando mais com a vida do que com as palavras.
Que São Francisco de Assis nos inspire em nosso processo de conversão; que possamos ser, como ele, instrumentos da Paz e do Bem aonde estivermos.
Frei Pedro Cesário Palma, OFMCap, Pároco