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Junho 2024 – PENTECOSTES: O ESPÍRITO SANTO EM NOSSA VIDA

Junho 2024 – PENTECOSTES: O ESPÍRITO SANTO EM NOSSA VIDA

Há pouco celebramos Pentecostes, a vinda do Espírito Santo sobre Maria, os apóstolos e os discípulos e discípulas do Senhor reunidos no Cenáculo (At 2,4-33;4,31). Pareceu-me, portanto, oportuno, neste editorial, falar do significado de Pentecostes para a Igreja, para nossas famílias e para cada um (a) de nós.
Podemos falar do Espírito Santo a partir de quatro ações, além de outras, que Ele realiza: iluminar, recriar, animar e gerar comunhão.
Primeiramente, o Espírito é o iluminador, que trouxe luz e discernimento aos apóstolos, discípulos e discípulas da Igreja nascente e de toda a história da Igreja. Que Ele ilumine também a nossa vida pessoal, familiar e eclesial. Quem de nós já não passou (ou poderá passar) por algum momento de “trevas” na vida? Às vezes, uma doença (física ou emocional), ou uma incompreensão, ou uma dúvida, ou um conflito na família, ou no trabalho e precisamos dessa Luz Divina para dissipar a escuridão. Mas essa Luz não pode ficar escondida, mas colocada em evidência para iluminar a quantos precisam dela (Mt 5,15). “Onde há trevas, que eu leve a luz”!
O Espírito de Deus é também “recriador”. Recriar significa trazer nova vida, indicar novos caminhos, vencer os sinais de morte e “fazer novas todas as coisas” (Ap 21,5). O Espírito Santo tem esta força criadora (Sl 103,30) que revitaliza os ossos secos da morte (Ez 37,1-14). Ele está na Igreja, mas também fora dela, como hálito divino (Gn 2,7) que enche a vastidão da terra (Sb 8,1; Sl 103,29). Ele é como o vento que sopra aonde quer (Jo 3,8). Só o Espírito Santo pode “recriar”, constantemente a nossa vida e a nossa missão. Mas é preciso que sejamos, cada vez mais, sinais e promotores desta Vida Nova que vem do Espírito para tantas pessoas, cujas vidas estão ameaçadas pela miséria, desemprego, solidão e falta de sentido para a existência. Assim seremos canais da graça do Senhor que veio trazer vida em abundância para todos (Jo 10,10).
Outra ação do Espírito é animar. Foi isso que Ele realizou na Igreja que, antes, estava fechada e com medo. Portanto, quando o Espírito Santo encontra espaço nos corações, Ele traz ânimo, coragem e fortaleza. Que Ele nos ajude, também, a sermos animadores, levando palavras de consolo e força a quantos que se aproximam de nós desanimados e sem vontade de viver. “Onde há desespero, que eu leve a esperança”!
A quarta ação do Espírito é gerar comunhão. Dizem os Atos dos Apóstolos que os fiéis “tinham um só coração e uma só alma” (At 4,32). E como precisamos desta comunhão! Em nosso tempo vivemos o império do individualismo, do “cada um pra si”, da falta de comunhão nas famílias, na Igreja e na sociedade. Somente o Espírito de Deus poderá transformar a “torre de babel” em Cenáculo, onde todos falem a mesma linguagem do amor; onde as diversidades são vividas em unidade; onde exista respeito ao “diferente” e o diálogo seja o caminho da paz e da fraternidade universal. Mas é preciso também que nós sejamos, cada vez mais, sinais desta comunhão do Espírito a tantas famílias e comunidades que vivem em conflito, sem diálogo, sem compreensão, sem perdão e sem ajuda mútua.
Que o Espírito Santo de Deus seja sempre nosso iluminador recriador, animador e gerador de comunhão.
Frei Pedro Cesário Palma
Pároco

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